segunda-feira, julho 09, 2007

Patrulha politicamente correta faz uma vítima na UNB

Uma notícia que chamou minha atenção na semana passada foi a condenação do professor de ciência política da Universidade de Brasília, Paulo Kramer, ao pagamento de multa em um processo administrativo realizado pela universidade; onde uma sindicância o considerou culpado em uma acusação de racismo.
O caso começou quando um grupo de nove alunos de Kramer ficou ofendido quando o professor se referiu aos negros dos EUA como “crioulos” e “crioulada”. Em uma aula posterior, munidos de gravador, os mesmos alunos incitaram uma discussão onde o professor teria dito que continuaria falando crioulada mesmo que tivesse que recorrer a um mandado de segurança. Foi o suficiente para que o professor universitário fosse condenado, em justificativa oficial, por “conduta inapropriada”.
Primeiramente é preciso esclarecer que a palavra crioulo define um negro que nasceu na América, um mulato, ou simplesmente uma pessoa que é nativa de uma região; basta consultar um dicionário para constatar este fato- É inclusive uma palavra mais apropriado para definir negros brasileiros do que o agora freqüente “afrodescente”, que também define portadores de genes africanos mesmo que com pele clara.
Com base no conceito da palavra, é inviável sustentar uma acusação de racismo(explicarei no próximo parágrafo) ou mesmo injúria fundamentada em raça; ao menos que o professor tenha utilizado uma palavra depreciativa acompanhada do termo crioulo (o que a fita gravada pelos alunos pode comprovar ou negar).
No caso referido não cabe também uma acusação de racismo. A lei que trata do tema qualifica como racismo qualquer tentativa de impedir acesso a locais públicos ou privados usando como critério raça ou cor (pesquisar a LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989); portanto uma acusação de racismo ao professor seria na verdade um crime de calúnia e difamação contra ele.
Para não ser demasiado longo, encerrarei o texto observando um fato muito interessante no movimento negro. Eles se autodenominam defensores do negros oprimidos mas não hesitam em se ofender quando se referem a eles como negros ou crioulos; como se a condição de negro fosse tão humilhante a ponto de se sentirem ofendidos por terem reconhecida a cor de pele que em momentos oportunos consideram motivo de orgulho. Se fazem de vítimas quando querem obter privilégios como as cotas, ou para criminalizar adversários, ao passo que em certos momentos dizem ter “Orgulho de ser Negro”. A perseguição politicamente correta começou.

3 comentários:

Allan Belanga disse...

Meu amigo, artigo interessante. Vc é um gênio!
Concordo plenamente com as coisas que vc disse!
Muito oportunos na atual conjuntura, em relação às cotas, movimentos afirmativos e todas essas outras ladainhas que escutamos todo o tempo em relação aos negros.

Bina Goldrajch disse...

Júlio,
Os negros, tanto quanto homossexuais e judeus se assemelham neste ponto. Todos essas minorias não se cansam de requerer privilégios. Não querem igualdade, mas sim superioridade. Com tantos privilégios e leis que os protejam, não serão mais iguais e sim superiores.
Se os negros não se conformam em serem chamados de ‘crioulos’ então eles mesmos estão exercendo crime de racismo contra eles. Crioulo não é um termo depreciativo, logo, se eles considerarem assim, então eles é que menosprezam a si mesmos.

Anônimo disse...

Opa. Dei uma lida no texto, e gostaria só de comentar algumas coisas. Bom, esse conceito "crioulo" é um conceito que, historicamente, se construiu principalmente na américa espanhola, designando um descendente de um nativo americano e um europeu. No Brasil, esse conceito, há muito tempo, tem uma conotação discriminatória. Existem alguns paralelos. Ninguém fala, por exemplo, "branco azedo" sem querer ofender, a não ser que haja intimidade para brincadeiras. Portanto, acho que é preciso cuidado neste caso. Não é como falar negro, ou mesmo preto. Não podemos, também, nos enganar, achando que não existe racismo no Brasil, mesmo nos dias de hoje. Mesmo que não esteja tão explícito.

Desculpe qualquer intromissão, já que não te conheço.

Adolpho

Qualquer coisa: adolphorj@yahoo.com.br