terça-feira, julho 24, 2007

Menina com anencefalia completa 8 meses

O jornal EXTRA de hoje relata o caso de uma menina chamada Marcela que é anencéfala( sem cérebro desenvolvido) que completou 8 meses de vida. A criança passa bem de saúde, reage a estímulos e consegue até se alimentar por via oral. Segundo a mãe da criança, a bebê até sorri para ela. O caso desafia o atual conhecimento da medicina sobre o assunto; os especialistas afirmam que em um caso desses o bebê não consegue sobreviver mais do que algumas horas.

Os ministros Supremo Tribunal Federal tem em sua pauta de avaliações um projeto que prevê a legalização do aborto em casos de anencefalia. Tendo o caso da menina Marcela comprovado que um bebê anencéfalo pode sobreviver por vários meses, só cabe ao STF arquivar o projeto.

No post da semana que vem abordarei o tema aborto. Nesta semana o post será sobre racismo e já está sendo escrito para ser publicado no máximo até amanhã.

Abraços

domingo, julho 22, 2007

Preconceito, Racismo, Discriminação Racial e o Movimento Negro

Parte I
OBS: Devido ao tamanho do texto ter ficado muito longo, resolvi separá-lo em duas partes. Esta parte trata do problema do uso equivocado dos termos racismo, preconceito e discriminação, de uma explicação para a atual beligerância do movimento negro e do conceito de preconceito. No próximo post tratarei dos conceitos de racismo e discriminação e farei a consideração final.
Venho acompanhando a algum tempo, com certa regularidade, notícias de jornais, trabalhos acadêmicos e entrevistas a respeito da questão racial no Brasil. Tenho reparado, principalmente em entrevistas com líderes de ONGS, o uso equivocado do termo racismo para definir qualquer ação que desagrade ao movimento negro; principalmente quando os líderes de tais ONGS taxam a sociedade brasileira de racista. O caso do professor Paulo Kramer da UnB é ilustrativo. Como escrevi a dois posts atrás, Kramer foi acusado injustamente de racismo por ter usado a palavra "crioulada" em uma de suas aulas. O caso do jogador argentino Desábato, que chamou de "negro" o também jogador de futebol Grafite serve como outro exemplo ilustrativo. O uso do termo racismo segue sendo usado de maneira errônea quando se analisa a relação da polícia com a população negra, ou quando se analisa a atual condição social do negro no Brasil. O meu objetivo com este texto é esclarecer o conceito do termo racismo, assim como os conceitos de preconceito e discriminação racial. Mais, primeiramente, considero importante traçar um paralelo entre o surgimento das chamadas políticas afirmativas e o atual recrusdecimento das ações do movimento negro.

Nos anos 70 do século passado, o movimento negro, baseado nos conhecimentos da biologia, afirmava que não existia diferença entre raças quando se trata de seres humanos; a diferença entre brancos e negros era apenas uma questão de melanina. Nos anos 90, com a derrocada do socialismo na URSS, a esquerda mundial perdeu sua referência ideológica de luta de classes. Para suprir esse vácuo ideológico e continuar sobrevivendo politicamente, só restou à velha esquerda(que tem um histórico de violência e ódio contra o establishment "burguês") se refundar e se aliar ao movimento politicamente correto, que começa a ganhar notoriedade na década de 90. Nesse período, o pensamento de harmonia entre etnias no Brasil, defendida por Gilberto Freyre, é substituída pela visão de que a sociedade brasileira é racista, defendida por Florestan Fernandes. Hoje em dia, os partidos de esquerda estão sempre a frente das manifestações das minorias, teses acadêmicas alardeando o "racismo à brasileira" se proliferam nas universidades(majoritariamente composta por esquerdistas, assim como as ONGs); o projeto de lei que visa implantar o Estatuto da Igualdade Racial no Brasil é de autoria do senador Paulo Paim do PT. Coincidência? O movimento politicamente correto, supostamente, defende os interesses das minorias. No caso do movimento negro, os interesses desse grupo são as políticas afirmativas como as cotas para acesso às universidades. Atualmente, quando se aborda a questão racial no Brasil, quase que involuntariamente, o assunto tende a ir a uma discussão a respeito de tais políticas. O objetivo das políticas afirmativas é, em geral, integrar o negro à sociedade; realizando, assim, uma suposta igualdade racial. Buscarei demonstrar da maneira mais clara possível que tais políticas afirmativas são o pior meio de implantar uma justiça racial no Brasil, políticas que inclusive se mostram contraditórias com o objetivo de alcançar uma igualdade racial.
Vou começar com o conceito da palavra preconceito, cuja definição nos auxiliará a compreender mais a frente os significados dos termos racismo e discriminação racial. Preconceito é um paradigma, uma visão distorcida que um indivíduo ou um grupo de pessoas tem de outrem, atribuindo ao outro características pejorativas. Quando se afirma, por exemplo, que "judeus são avarentos"," advogados são trapaceiros", "mulheres loiras são pouco inteligentes", "indíos são preguiçosos", "empresários são exploradores" ou "pobres tem maior tendência a serem marginais" etc, percebe-se o pré-conceito pelo simples fato de tais afirmações não se comprovarem em sua totalidade, ou seja, não se pode provar que todos os judeus são avarentos, que todos os advogados são trapaceiros etc, portanto, são generalizações mal feitas, que acabam por assim serem, tornado-se tema para piadas de mau gosto. Uma característica do preconceito é que ele, em boa parte das vezes, permanece oculto na mente do preconceituoso, até que se manifeste na forma de uma discriminação ou, em alguns casos, em racismo. Todas as pessoas tem ou já tiveram algum tipo de preconceito na vida, mas na maioria das vezes, o preconceito não se manifesta em ações de ódio; permanecem sendo apenas pré julgamentos. Atualmente, é tema de grandes debates, a questão de se o preconceito no Brasil é social ou racial. Tal questão é difícil de se responder a priori, pelo simples fato de os preconceitos estarem na mente das pessoas; para analisar uma questão dessas seria necessário avaliar caso por caso, pois um grupo pode ser alvo de mais de um tipo de preconceito. Como é impossível ler a mente alheia, qualquer julgamento do preconceito de outrem, antes de uma comprovação, torna-se também preconceituoso.
(Continua)
















quarta-feira, julho 18, 2007

Sobre o fim da concessão pública da RCTV

No dia 27 de maio de 2007 a renovação da concessão pública da emissora Radio Caracas de Televisão(RCTV) foi negada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez; a emissora saiu do ar e foi substituída por uma Rede de TV estatal. A RCTV era o canal mais antigo e com a maior audiência na Venezuela.
A justificativa oficial do governo venezuelano para a não renovação da licença, foi de que a RCTV participou do golpe contra o presidente Chávez em Abril de 2002, quando Chávez foi afastado do poder por 48 horas, e também porque a emissora não vinha cumprido sua "função social". Segundo me consta, o governo venezuelano não apresentou qualquer prova de que a emissora tenha participado do episódio.
A decisão gerou protestos ao redor do mundo, inclusive na própria Venezuela. Um grupo de estudantes saiu às ruas de Caracas (capital do país) em protesto contra a decisão. Os senados brasileiro e americano emitiram notas de desaprovação à medida; que foram mal recebidas por Chávez. A mídia internacional considerou a não renovação da concessão pública da RCTV como uma violação à liberdade de expressão.
Fato é, que a RCTV era um dos poucos canais onde a oposição tinha espaço na imprensa venezuelana, cada vez mais dominada por órgãos pró-Chávez. A única emissora de TV a fazer oposição a Chávez agora é a Globovision, que não atinge todo o território venezuelano como acontecia com a RCTV.
A mídia eletrônica esquerdista (brasileira) parece que aprovou a decisão de Hugo Chávez. Por alguns sites de viés esquerdistas que visitei, todos afirmavam com convicção que a decisão do presidente venezuelano visava a "democratização dos meios de comunicação". A esquerda brasileira ainda não perdeu o hábito de puxar o saco de ditadores. No caso de Chávez, um proto-ditador. Na mídia esquerdista, com destaque para a Agência Carta Maior, encontrei uma informação desencontrada. Como se pode perceber no link:(http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14215) a notícia informa que Andrés Izarra "não pode ser acusado de chavismo". Porém a informação não bate com o seguinte link: (http://www.talcualdigital.com/Especiales/Protagonistas_izara.asp) onde lê-se que Izarra é um colaborador do governo Chávez. Para quem não sabe, Andrés Izarra era funcionário da RCTV em 2002 e havia renunciado ao seu posto na emissora por supostamente ter ficado indignado com o tratamento que a mídia venezuelana deu ao caso do golpe em 2002.
Ainda tratando da mídia esquerdista- os sites da internet que visitei foram unânimes em apontar como prova de que a RCTV era uma emissora golpista- um documentário chamado "A Revolução Não Será Televisionada"- de dois cineastras irlandeses que apontam que no dia em que Chávez foi reconduzido ao poder em 13 de Abril de 2002, a imprensa venezuelana não deu importância ao fato, além de terem participado ativamente do complô anti-Chávez. Acontece, que existe um documentário chamado "Raio X de uma mentira" que desmente veementemente as informações divulgadas pelo documentário "A Revolução Não Será Televisionada". Entre os erros acusados estão: de que o golpe foi orquestrado por uma elite branca e opressora, de que o documentário dos irlandeses omite informações como a de que o principal sindicato venezuelano participou da manifestação, de que os cineastas editaram e manipularam imagens, que omitiram o fato de Chavéz realmente ter renunciado ao seu mandato, que as emissoras de TV foram sitiadas no dia em que Chávez retornou ao poder etc. O documentário "Raio X de uma mentira" foi gravado em uma palestra na Universidade Metropolitana de Caracas por opositores ao governo chavista. O vídeo é devastador.(Disponibilizarei um link no fim da postagem)
Para encerrar o texto gostaria de fazer uma observação sobre o caso. Mesmo que a RCTV tenha manipulado informações, isso não dá ao poder executivo o direito de decidir pelo fim de uma emissora. Em países verdadeiramente democráticos, quando a imprensa age de forma errada, o caso é levado aos tribunais e lá a questão é decidida; como acontece nos EUA. Não foi o caso na Venezuela. Chávez teve mais de cinco anos para levar o caso a júri e não o fez; o que demonstra o caráter autoritário de sua gestão. Desqualificar um adversário com base em provas obtidas de maneira lícita é perfeitamente válido. Se provasse a fraude da RCTV, conseguiria dar um grande golpe na já combalida oposição venezuelana, e de maneira democrática. É notável que todo governo autoritário visa formar uma imprensa chapa-branca. E a Venezuela vai seguindo esse caminho ao comando de Hugo Chávez.
Link para o vídeo "Raio X de uma mentira": http://bocejosdefelicidade.wordpress.com/2007/06/19/raio-x-de-uma-mentira/

segunda-feira, julho 09, 2007

Patrulha politicamente correta faz uma vítima na UNB

Uma notícia que chamou minha atenção na semana passada foi a condenação do professor de ciência política da Universidade de Brasília, Paulo Kramer, ao pagamento de multa em um processo administrativo realizado pela universidade; onde uma sindicância o considerou culpado em uma acusação de racismo.
O caso começou quando um grupo de nove alunos de Kramer ficou ofendido quando o professor se referiu aos negros dos EUA como “crioulos” e “crioulada”. Em uma aula posterior, munidos de gravador, os mesmos alunos incitaram uma discussão onde o professor teria dito que continuaria falando crioulada mesmo que tivesse que recorrer a um mandado de segurança. Foi o suficiente para que o professor universitário fosse condenado, em justificativa oficial, por “conduta inapropriada”.
Primeiramente é preciso esclarecer que a palavra crioulo define um negro que nasceu na América, um mulato, ou simplesmente uma pessoa que é nativa de uma região; basta consultar um dicionário para constatar este fato- É inclusive uma palavra mais apropriado para definir negros brasileiros do que o agora freqüente “afrodescente”, que também define portadores de genes africanos mesmo que com pele clara.
Com base no conceito da palavra, é inviável sustentar uma acusação de racismo(explicarei no próximo parágrafo) ou mesmo injúria fundamentada em raça; ao menos que o professor tenha utilizado uma palavra depreciativa acompanhada do termo crioulo (o que a fita gravada pelos alunos pode comprovar ou negar).
No caso referido não cabe também uma acusação de racismo. A lei que trata do tema qualifica como racismo qualquer tentativa de impedir acesso a locais públicos ou privados usando como critério raça ou cor (pesquisar a LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989); portanto uma acusação de racismo ao professor seria na verdade um crime de calúnia e difamação contra ele.
Para não ser demasiado longo, encerrarei o texto observando um fato muito interessante no movimento negro. Eles se autodenominam defensores do negros oprimidos mas não hesitam em se ofender quando se referem a eles como negros ou crioulos; como se a condição de negro fosse tão humilhante a ponto de se sentirem ofendidos por terem reconhecida a cor de pele que em momentos oportunos consideram motivo de orgulho. Se fazem de vítimas quando querem obter privilégios como as cotas, ou para criminalizar adversários, ao passo que em certos momentos dizem ter “Orgulho de ser Negro”. A perseguição politicamente correta começou.

sexta-feira, julho 06, 2007

Voltando com o blog depois de um longo tempo sem postar.O Blog está com uma aparência nova e terá posts semanais.


Abraços