segunda-feira, abril 24, 2006

A outra face de alguns movimentos sociais

O que você acha dos movimentos sociais?

Assim como eu, acredito que grande parte das pessoas vejam com simpatia os movimentos sociais, construiu-se em nossas imaginações um senso comum sobre a pureza de tais movimentos. A alguns anos atrás, por diversas vezes fui estimulado a ter uma visão positiva e idealizada dos movimentos populares, incentivado por professores, livros, músicas e filmes. Isso fez com que eu assimilasse que todos os movimentos da mesma natureza fossem manifestações legítimas dos oprimidos lutando por dignidade e justiça social, ou seja, era influenciado pelo discurso politicamente correto. Acredito que seja o caso também de grande parte das pessoas quando pensam sobre o assunto.

Lembro-me de uma novela muito famosa que contava com um ar romantizado a saga dos sem-terra lutando pelo direito a ter um pedaço de terra, invadindo propriedades privadas e enfrentando os “insensíveis” e “egoístas” donos de fazendas, que na novela não hesitavam em usar a força contra os “pobres excluídos“, essa novela acabou despertando na opinião pública, simpatia por movimentos como o MST, alguns incidentes como o ocorrido em Eldorado- Carajás(PA) no ano de 1996 onde 19 sem-terra foram mortos em confronto com policiais, fato esse muito bem manipulado pelos sem-terra, acabou contribuído ainda mais para arregimentar simpatizantes ao movimento.
Porém, nem a novela em questão, nem a imprensa na época do conhecido episódio de Eldorado- Carajás se preocuparam muito em avaliar os dois lados da história, primeiro a constituição brasileira garante o direito a propriedade privada, sendo o desrespeito a esse direito um crime, segundo, os sem-terra não correspondem a imagem boazinha que se tentou construir sobre eles, vale ressaltar que no caso ocorrido no Pará os membros do MST partiram para cima dos policiais com facões e foices, e os policiais apenas se defenderam de um ataque iminente, basta ver a gravação feita do acontecimento para se chegar a essa conclusão.

Recentemente os meios de comunicação noticiaram diversos abusos por parte do MST e outros movimentos do gênero, entre eles, a destruição de um laboratório que realizava pesquisas genéticas com eucaliptos, jogando na lata do lixo vários anos de dedicação dos pesquisadores, depredação do prédio do Ministério da Fazenda em um protesto, no dia em que o massacre no Pará completou 10 anos, os sem-terra empreenderam dois saques contra caminhoneiros e promoveram várias invasões, sendo a ação do grupo nada mais nada menos que ações dignas de vândalos.

Recentemente também, foi noticiado em um importante jornal do país que membros da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e do PT (Partido dos Trabalhadores), partido do atual presidente da República agrediram estudantes de uma universidade pública do Estado de São Paulo e em outra ocasião, funcionários de um hospital que tentavam fazer um protesto contra o presidente Lula, os estudantes foram agredidos a socos, pontapés, e até queimaduras de cigarro, e com bordões como “Abaixo a burguesada, quem manda aqui é a peãozada” e “ Ô burguesia pode esperar, a sua hora vai chegar”, foram expulsos do ato público do qual o presidente participava, para completar o episódio, um metalúrgico ligado a CUT afirmou que seus colegas de sindicato -apenas- tentaram impedir que “os burgueses falassem mal do nosso presidente”, logo percebe-se o caráter antidemocrático na fala do metalúrgico, isso lembrando que tanto PT quanto a CUT ganharam notoriedade nos anos 80 com o fim da Ditadura Militar, como movimentos sociais que defendiam a democracia, a igualdade e a ética. Incoerente, não?

Quando entrei para a UERJ no ano de 2004 presenciei uma paralisação promovida pelos servidores da universidade exigindo aumento salarial e melhores condições de trabalho, reivindicação justa, porém o modo como os servidores protestaram foi arbitrário, eles simplesmente trancaram o acesso aos elevadores da universidade e simplesmente acusavam de fascista aqueles que questionavam a decisão, uma ação insensata pois eles estavam tentando impor seu direito de protestar por melhores salários, ao direito de ir e vir das pessoas . Naquele episódio cheguei a conclusão de que uma das manifestações do autoritarismo consiste em acreditar, e por conseqüência tentar impor sua vontade e seu direito, julgando-o mais importante do que o direito dos outros.

Para concluir, venho compartilhar com os leitores a moral que tirei de toda essa história, nunca aceitem como verdadeiro, antes de um processo de avaliação e questionamento, as idéias de pureza e perfeição sobre algo, sob o risco de cometerem o mesmo erro que cometi no passado, quando fui seduzido pelo discurso politicamente correto a respeito das movimentos sociais.

quinta-feira, abril 13, 2006

Poesia 3


Canção da Melissa


O que fazer?
Quando não há motivo pra viver
Quando os dias são sempre escuros
E as noites são sempre longas
Ela pegou uma arma
E seu mundo desaba, em trevas como solução
O que fazer?
Quando não há razão pra viver
Quando os dias são sempre escuros
E as noites são sempre longas
Quando não há razão para acreditar
Vivendo um dia após o outro
Sem esperança de melhorar
Ela pegou uma arma
E seu mundo desaba, em trevas como solução
Era alcoólatra, viciada em drogas
E seu mundo desabou.

domingo, abril 09, 2006

Poesia 2
Rosa Vermelha
A rosa vermelha,
Que estava em cima da mesa,
Murchou, como nosso amor
A rosa vermelha murchou
Como paixão adolescente,
Amor carente
Que não se pode entender
A rosa vermelha murchou
E com ela nosso amor
Um amor inocente
Que não se perpetuou
Mas agora não adianta chorar,
Nem se lamentar
Porque a rosa vermelha
Que estava em cima da mesa, murchou.
Júlio Cardoso

sábado, abril 08, 2006

Poesia 1
Deus
O que é Deus para você?
Para mim Deus é
O som do do vento batendo nas folhas das árvores
O canto dos pássaros
O pôr-do-sol
O brilho das estrelas
O desabrochar de uma rosa
O sorriso de quem amamos
A alegria de um reencontro
E a tristeza de uma despedida
Essas pequenas coisas da vida
Que as vezes não damos importância.
Júlio Cardoso